terça-feira, 10 de outubro de 2017

Millencolin Encerra o Domingo com Turnê "True Brew" em Porto Alegre


A lendária casa de shows de Porto Alegre (Opinião) cedeu a noite deste domingo, 8 de outubro, para receber a banda suéca de hardcore, Millencolin, que veio ao Brasil pela sexta vez e apresentou sua turnê "True Brew" no maior auge. A última passagem pelo Rio Grande do Sul foi em 2010, no mesmo local, e lotou o evento em poucas horas.

A banda impressionou já no início, 21h05, com uma abertura especial, jogo de luzes em sincronia, a capa do último disco estampada no fundo do palco e guitarras melodicamente afinadas, socando o público com a primeira faixa do disco "Pennybridge Pionners"... NO CIGAR! "Acredito que ninguém esperava ouvir esse hino que encantou nossas gerações logo de primeira" - opinião do Punkada. Na sequência os caras já puxaram "Sense & Sensibility", quebrando tudo com o primeiro single do álbum "True Brew".

A plateia estava eufórica e sem limites. Entre pogos, gritos e moshs proibídos, Nikola Sarcevic (vocal/baixo), Mathias Farm (guitarra/bkvocals), Erik Ohlsson (guitarra) e Fredrik Larzon (bateria), fizeram um show a parte... como sempre! Mathias Farm impressionou com sua performance extraordinária e única, sendo um show a parte devido a sua habilidade e interação (o cara brincava com a guitarra). Nikola sendo carismático, tranquilo e contagiante com suas melodias e originalidade. Já Erik dessa vez parecia um pouco mais tímido no começo, mas logo se soltou e mostrou seu talento. E Fredrik estava encantado com a casa cheia e comandou o espetáculo até o fim.

Quando "Penguins & Polarbears" começou, a multidão efervescia a pista e não parou até o momento mais relax do show. Foi quando Nikola trocou o baixo pelo violão e cantou a emocionante "The Ballad", acalmando um pouco quem estava em alta frequência. Não demorou muito e o baile voltou a esquentar com "Twenty Two", "True Brew" e uma versão mais arrastada nos refrões em "Lozin' Must", a qual deixou a música mais interessante e divertida. Entre algumas pausas, os músicos agradeceram a presença de todos e exaltaram sua paixão pela "caipirinha"... algo que praticamente todos os artistas internacionais costumam falar. "We love this drink. We love caipirinha!".


Entre três idas e vindas ao camarim, Millencolin voltou e encerrou sua turnê brasileira contabilizando 1 hora e 40 com um set list pra ninguém botar defeito. "Black Eye" e "Farewell My Hell" foram as duas últimas músicas, deixando a galera de alma lavada nesta noite histórica. "Muito obrigado Porto Alegre! See you at the next show!", disse Nikola ao coral da plateia: "Olê! Olê! Olê, Olê! Millencolin!"


 Bom! Depois desta incrível noite, podemos dizer que encerramos a primeira semana de outubro com CHAVE DE OURO! Queremos agradecer primeiramente a Abstratti Produtora por esta super oportunidade que nos deram. Tenho certeza de que todos saíram realizados, e este mérito vem a toda equipe que nos proporcionou esse grande evento. Agradecer também a contribuição dos 300kg de alimento que foram arrecadados com os ingressos promocionais. Ao Millencolin só por ter existido! E a todos que fizeram parte desta grande noite a qual celebramos todos juntos.

Chega de papo! Agora vamos ligar nosso Playstation 1, jogar Tony Hawks Pro Skater 2 ao som de No Cigar... no repeat, e conferir as fotos do show na integra abaixo.
Esperamos que tenha gostado. Até o próximo show!


MAIS FOTOS










Fotos: Billi Addams e Eduardo Lippstein
Resenha: Billi Addams e Vanessa de Almeida
Mais Fotos em breve...

Set-list da noite:No Cigar
Sense & Sensibility
Ray
Olympic
Penguins & Polarbears
Fazil's Friend
Bring Me Home
Cash or Clash
Autopilot Mode
The Ballad
Twenty Two
True Brew
Lozin' Must
Kemp
Pepper
Mr. Clean
Egocentric Man
Fox
Bullion
Duckpond
Battery Check
Black Eye
Farewell My Hell

Qual o próximo show que o PUNKADA vai cobrir?

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Face To Face, IGNITE, Much The Same, The FullBlast e The Decline Em Uma Só Noite #WeAreOneTour


A noite desta quinta-feira, 5 de outubro, entrou para a história do cenário underground com uma das turnês mais esperadas de todos os tempos. Organizado pela Red Sky Produtora, Unrest e o Estúdio AudioCore, a We Are One Tour teve seu primeiro show em Porto Alegre, e foi, sem dúvida, um dos melhores festivais dedicados a cena hardcore. O evento aconteceu na Cervejaria Rodeio e contou com as bandas The Decline (AUS), The Fullblast (CAN), Much The Same (EUA), Ignite (EUA) e a atração mais aguardada da noite, o lendário e eterno FACE TO FACE (EUA). A turnê segue acontecendo nas cidades de Curitiba (6), São Paulo (7), Rio de Janeiro (8) e continuará pelos países da América do Sul (Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Costa Rica). Nós, gaúchos, tivemos a honra de poder assistir o primeiro show desta fantástica turnê.

Os australianos da The Decline iniciaram sua apresentação às 18h45 para um pequeno público, que ainda estava tímido e recém chegando ao evento devido ao horário. Em atividade desde 2006, a banda provou que mantém vivo o estilo skatepunk dos anos 90, com riffs rápidos e um toque original nas melodias e refrões. A apresentação durou pouco, mas agradou os fãs que aguardavam ansiosamente.

Em seguida foi a vez da The Fullblest, com uma energia estrondosa e um alinhamento de bases musicais impecáveis e bem ensaiadas. O grupo interagiu bem com a plateia, que começava a surgir e chegar cada vez mais próxima do palco. Tocaram algumas dos dois primeiros discos (Punk Technology e Short Controlled Bursts) e uma seleção de sons do novo álbum lançado este ano (Attack.Sustain.Decay), o qual foi bem recebido e mostrou um aperfeiçoamento na produção sonora da banda.

Não demorou muito e já recebemos os americanos de Chicago, Much The Same, com melodias perfeitamente trabalhadas atingindo o público em cheio. Tocaram alguns clássicos como a porradassa "The Greatest Betrayal" do seu último álbum lançado em 2006 (Survive), Stitches e se despedindo com a linda "What I Know". A banda está em processo de gravação de seu novo disco, que teve um pequeno atraso devido ao diagnóstico de câncer que o seu antigo guitarrista, Dan O`Gorman, recebeu este ano. Dan é um dos principais compositores deste disco e teve que ser substituído pelo atual John Feliciano.

Na sequência quem tomou a rédeas da noite foi a IGNITE com uma apresentação memorável e digna de uma breve possível volta em 2018, como disse o próprio vocalista, Zoltan Téglas. Formada em 1993, Ignite fez um espetáculo a parte com seu hardcore melódico, letras carregadas de consciência social e política. Em uma de suas pausas, Zoltan expressou sua indignação com a atual política americana e interagiu com o público, mandando aquele "FUCK DONALD TRUMP" ao atual Tio Sam do Primeiro Mundo. A banda tocou muitos clássicos de toda sua carreira, incluindo o hardcover de U2 "Sunday Bloody Sunday", que marcou muito bem sua trajetória.


Enfim, às nove horas da noite o público estava em êxtase total aguardando a atração mais esperada. Pela terceira vez em Porto Alegre, o Face To Face com certeza nunca mais irá esquecer desta cidade devido a energia extrema que os recebemos todas as vezes... esta, por vez, mais histórica ainda. Os gritos da multidão já alavancaram o grupo antes do início da contagem de "You've Done Nothing". A adrenalina foi tão forte que até o fotógrafo do Punkada Show teve que levantar seu equipamento para poder pular e cantar em sincronia com a galera.

"You've Done Nothing" nem havia acabado direito e os caras já encaixaram sequencialmente  "Ordinary" e "Bent But Not Broken", canção que embala a primeira faixa do último disco (Protection), de 2016, e que confirmou de vez a habilidade MONSTRUOSA de Scott Schifflet no baixo. Após estas três músicas seguidas, a banda decidiu dar uma pausa para se apresentar, deixando o público completamente eufórico e boquiaberto.

 
O baile seguiu a fogo e ferro com muitaaaa agitação, moshs sensacionais, roda punk e um inesquecível coral de aproximadamente 500 vozes comandadas pelo vocalista, Trever Keith, que se emocionou ao ver a reação de todos os presentes cantando juntos ao mesmo tempo. A euforia era tanta que sobrou até para as luzes do palco, que por três vezes teve que ser reparada devida aos moshs que a galera da Feitoria mandava. Tivemos até a participação memorável e especial do Badauí (vocalista) e Phill Fargnolli (guitarrista) do CPM 22 em "AOK". Quem conhece CPM 22 sabe o quão importante e histórico foi esse momento, pois o Face To Face é uma das principais influências do grupo.

Comparado ao tempo de show entre as outras bandas, Face To Face foi a que mais tocou. A energia era tanta que, após o término da apresentação, o público gritava pedindo a volta deles... e o pedido foi aceito. Voltaram e tocaram mais três músicas, encerrando com uma versão extensa de "Disconnected"."Depois dessa não temos dúvida nenhuma... Face To Face é a melhor banda de hardcore/punkrock de todos os tempos! Que venham mais três, cinco, dez vezes para o Brasil" - opinião do Punkada Show.

Quero agradecer primeiramente a você que participou, se interessou e leu até o final da matéria. É gratificante fazer esse trabalho por vocês. Depois quero agradecer ao Lucas, Jordan e toda a equipe de produção (Unrest, Red Sky e Audio Core) pela honra de poder participar de um evento tão fantástico quanto foi este. Que venha muitos outros shows assim por aqui.
Um abraço da equipe do Punkada Show e até a próxima WE ARE ONE TOUR!


 **Mais fotos em breve**

Fotos: Billi Addams e Dudu Lippstein
Texto: Billi Addams e Vanessa de Almeida